quinta-feira, 4 de março de 2010

O AGORA SEM HORA MARCADA

Quando despe os papéis que representa,
o que há de mais sujo fica à mostra,
e não é recomendável olhar o espelho,
não é o tipo de conselho
que agradaria a alguém.

Quando você retira o vício,
cada agulha tem um nome;
você se sente vazio,
vazio e sem ônibus de volta
Você se desprende do ciclo,
mas o mundo é que é a droga.

Sem efeitos que entorpecem,
a loucura bate à porta,
pronta pra ficar,
porque você é nada
e o nada desagrada...
Ela estará sempre lá fora,
olhando através das janelas,
das brechas do telhado;
mas você já é só janelas,
sem olhar pra ela.

Sorrisos, quando lhe falam,
você é só sorrisos;
quando chove,
você não é mais a pele que envolve,
é a gota enquanto chuva
que cai na testa e escorre,
sob o ponto de vista da nuvem;
você é a terra
entre os dedos do pé da serra
Você é música enquanto toca,
é o agora num calendário sem data,
é o som enquanto nota.


DANILO ZAMAI - 04/03/2010

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