quinta-feira, 20 de maio de 2010

BOMBA-RELÓGIO

A caneta não pega:
as letras são escritas não por tinta,
mas pela insistência de se saberem salvas
no relevo da folha.

A força fere o papel,
num sinal de que feridas serão exposta e servidas
em porções durante o dia anterior a amanhã.

Letras invisíveis marcham como dados
de volta ao campo das ideias...
invisíveis mas não caladas,
giram noite a dentro, provando meus nervos,
sem combinação a meu favor,
sem falsa esperança de se perderem em sonho.

Quando o desejo de dormir não vem
seguido da vontade de não acordar,
sinal que alguma coisa não vai bem,
 ou todas as outras coisas.



DANILO ZAMAI - 20/05/2010


(Poema dedicado ao Caio - não pelo tema, que é bem triste e reflete um estado de espírito meu, mas pela ocasião de seu aniversário... PARABÉNS, CAIO.) 

Nenhum comentário: