INVASÃO DE ESPAÇO
Sensibilidade
sensível idade
fronteira sensível
às sutilezas do mundo
do fuso
do sibilo da cidade
da privacidade
da vida privada por grades
do silêncio do muro
e suas reentrâncias
cavidades sensitivas
labirinto de entranhas ruminantes
espiam deidades
sonoras e gráficas
belicosidade muda
na sopa onde as ondas se misturam.
DANILO ZAMAI - 26/07/2010
segunda-feira, 26 de julho de 2010
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Eu-nírico #20
LUAS DA TARDE
Eis aí a Lua
às duas da tarde,
branca e discretamente
metade - meia lua
mea culpa é metade
Ignora - como ignora o poeta -
seu lugar no imaginário comum:
condição de espelho ao solitário
pendurada em céu noturno;
a eterna separação do companheiro Sol...
Ao contrário,
eis aí ela, às duas da tarde,
divide espaço com nuvens, pipas
e pássaros carregados pelo vento
O poeta ignora que é dia,
que não se sente infeliz;
condiz apenas o inverno,
que o Sol da tarde insiste em desmanchar...
e a Lua que fez nascer mais cedo.
DANILO ZAMAI - 20/07/2010
Eis aí a Lua
às duas da tarde,
branca e discretamente
metade - meia lua
mea culpa é metade
Ignora - como ignora o poeta -
seu lugar no imaginário comum:
condição de espelho ao solitário
pendurada em céu noturno;
a eterna separação do companheiro Sol...
Ao contrário,
eis aí ela, às duas da tarde,
divide espaço com nuvens, pipas
e pássaros carregados pelo vento
O poeta ignora que é dia,
que não se sente infeliz;
condiz apenas o inverno,
que o Sol da tarde insiste em desmanchar...
e a Lua que fez nascer mais cedo.
DANILO ZAMAI - 20/07/2010
terça-feira, 20 de julho de 2010
RECIPIENTE
Duas jovens mulheres correm
atrás de um corpo que nunca será ideal
- não para todos
os outros e os olhos,
não para elas
Por outro lado, o corpo,
só deseja dançar líquido
a dança envolvente dos corpos,
provar que é próprio ao amor,
matar a sede ainda que não seja copo.
DANILO ZAMAI - 20/07/2010
Duas jovens mulheres correm
atrás de um corpo que nunca será ideal
- não para todos
os outros e os olhos,
não para elas
Por outro lado, o corpo,
só deseja dançar líquido
a dança envolvente dos corpos,
provar que é próprio ao amor,
matar a sede ainda que não seja copo.
DANILO ZAMAI - 20/07/2010
sábado, 17 de julho de 2010
APARELHO FONADOR
Boca de criança é mais parquinho que qualquer outra coisa
Letras fazem da língua trampolim
e tanto podem sair "pipoca" quanto "pitota";
já a palavra "carrinho"
parece saiu deslizando do escorregador
Palavras brincam no gira-gira, disputam o balanço,
sobem e descem na gangorra;
fica fácil visualizar quando uma bola entra em jogo
se um pivete enche a boca e lhe dispara redondo "bundão".
DANILO ZAMAI - 17/07/2010
Boca de criança é mais parquinho que qualquer outra coisa
Letras fazem da língua trampolim
e tanto podem sair "pipoca" quanto "pitota";
já a palavra "carrinho"
parece saiu deslizando do escorregador
Palavras brincam no gira-gira, disputam o balanço,
sobem e descem na gangorra;
fica fácil visualizar quando uma bola entra em jogo
se um pivete enche a boca e lhe dispara redondo "bundão".
DANILO ZAMAI - 17/07/2010
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Pô: heresia visual #7
Eu sei que essa fonte não ajuda na leitura e pode dar a impressão de que, na verdade, trate-se (o poema) de um hieróglifo, mas a intenção não é tornar o texto indecifrável. Por isso vou deixar aqui o texto com uma fonte menos incomum:
DESCONSTRUÇÃO
Feito sólida -
mente reta -
ãgulo tonto -
fixo paredes -
entreoutros -
apartamento -
planejado -
almejada -
a solidão -
socioanemia -
parabólica -
piso solto -
descarrilhar -
do trem vertical -
Feito sólida -
mente reta -
ãgulo tonto -
fixo paredes -
entreoutros -
apartamento -
planejado -
almejada -
a solidão -
socioanemia -
parabólica -
piso solto -
descarrilhar -
do trem vertical -
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Eu-nírico #16
MÃE DOS HOMENS
A puta cede o colo aos homens já sem mãe,
é o animal de estimação que não exige carinho
A outra, tudo bem, pode até ser mãe de deus,
mas a puta é mãe dos homens:
é o caminho para os filhos rejeitados,
abre o ventre para os filhos enviados
à puta que os pariu.
DANILO ZAMAI - 11/07/2010
A puta cede o colo aos homens já sem mãe,
é o animal de estimação que não exige carinho
A outra, tudo bem, pode até ser mãe de deus,
mas a puta é mãe dos homens:
é o caminho para os filhos rejeitados,
abre o ventre para os filhos enviados
à puta que os pariu.
DANILO ZAMAI - 11/07/2010
terça-feira, 6 de julho de 2010
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