quarta-feira, 21 de julho de 2010

Eu-nírico #20

LUAS DA TARDE

Eis aí a Lua
às duas da tarde,
branca e discretamente
metade - meia lua
mea culpa é metade
Ignora - como ignora o poeta -
seu lugar no imaginário comum:
condição de espelho ao solitário
pendurada em céu noturno;
a eterna separação do companheiro Sol...
Ao contrário,
eis aí ela, às duas da tarde,
divide espaço com nuvens, pipas
e pássaros carregados pelo vento
O poeta ignora que é dia,
que não se sente infeliz;
condiz apenas o inverno,
que o Sol da tarde insiste em desmanchar...
e a Lua que fez nascer mais cedo.



DANILO ZAMAI - 20/07/2010
  

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