sábado, 4 de setembro de 2010

POESIA FUGIDIA

Estou prestes a admitir:
sou um caçador de borboletas fantasmas;
mas não o faço,
só deixo clara a intenção de admitir...

Se minha área de trabalho
é o campo das reticências,
como irei reter a imagem que se derrete
assim que se pretenda rabiscar a folha?
com que propriedade?

O poema é pobre
na tentativa de captar a poesia
emanada nas coisas da vida;
o poeta é louco de tentar
A poesia, ao que parece,
não pretende ser escrita.

No jardim, o gato preto,
que há pouco tentava capturar
a sombra ligeira duma borboleta,
me encara,
e até parece entender o que se passa.



DANILO ZAMAI - 30/08/2010

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